[ Vencedores ]

PRÊMIO LATINO-AMERICANO DE PROJETOS DE ILUMINAÇÃO: Edição Brasil – Peter Gasper.
Categoria – Arquitetura e Paisagem
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1º Lugar

Mariana de Novaes Reis
Escritório: Atiaîa Lighting Design
Projeto: Memorial Brumadinho
Escritório de Arquitetura: Gustavo Pena Arquitetos e Associados
Fotografia: Cortesia Memorial Brumadinho / Nitro Histórias Visuais
Descrição: O Memorial Brumadinho é um espaço pautado no compromisso ético de reparação simbólica e de memória às vítimas fatais do rompimento da barragem 1 da Mina Córrego do Feijão, da mineradora Vale S.A., ocorrido em 25 de janeiro de 2019, em Brumadinho (MG), e que liberou 12 milhões de metros cúbicos de lama de rejeitos de mineração. 26 municípios foram atingidos, 272 vidas perdidas.

Foi desenvolvido com o objetivo de acolher o luto, preservar as histórias e transformar o local em um território de reflexão, aprendizado, resistência e transformação. Está situado no local do rompimento e abriga um vestíbulo com uma drusa de cristais, um espaço meditativo, um bosque, um percurso até uma escultura-monumento, um espelho d’água, duas salas de exposição (Memória e Testemunho), além de um espaço dedicado à guarda digna de segmentos corpóreos das vítimas.

O projeto de iluminação elétrica colabora para a criação de uma experiência imersiva, respeitosa, sensível e de introspecção, reforçando as mensagens simbólicas e cheias de significado do projeto arquitetônico.

No Memorial, a arquitetura encontra a memória e a luz representa as vítimas que se foram. Simboliza a força e a fragilidade da vida, acolhe a dor e a transforma em um ato de resistência contra o esquecimento, para que acontecimentos brutais como este, contra a humanidade e o meio ambiente, não se repitam, jamais.

2º Lugar

Rafael Leão
Escritório: Rafael Leão Lighting Design
Projeto: Eurogarden
Escritório de Arquitetura: Sérgio Santana
Fotografia: Jefferson Ohara
Descrição: Após aferição de índices de Ep de pontos da cidade e do entorno do bairro, foi elaborado um plano diretor de iluminação (PDI), com limites de Em distintos em todas as áreas do projeto. O PDI também definiu gradientes de luminosidade para uma transição harmoniosa entre as vias de maior iluminância e aquelas com menos luz, garantindo a adaptação visual sem alterações bruscas de luminosidade. O projeto adotou a TCC 3.000K diferentemente do que a cidade usa (5.500K), atendendo critérios de poluição luminosa internacionais e a certificação WELL. Critérios importantes, comumente ignorados na iluminação urbana usual no Brasil, foram atendidos, como a iluminação dedicada às calçadas, uso de luminárias com BUG>2, limites mínimos de uniformidade superiores a 60%. Outra preocupação foi a segurança em faixas de pedestres. Luminárias com difusor translúcido foram usadas para fornecer Ev=21lux em toda a sua extensão. Isto garantiu a visibilidade do pedestre a partir de veículos e bicicletas e aumentou a legibilidade das travessias facilitando o seu reconhecimento a distância. Os postes das vias têm altura de 10m, reduzindo o ofuscamento por luz de véu, iluminando a superfície vertical das árvores e melhorando a impressão de claridade do entorno. O projeto tem a pontuação mais alta do mundo do LEED for Communities: Plan & Design v4.1 e é WELL Platinum.

3º Lugar

Marina Makowiecky
Escritório: Allume Arquitetura de Iluminação
Projeto: Praça do Forte São Luis
Escritório de Arquitetura: JA8 Arquitetura Viva
Fotografia: Mariana Boro
Descrição: A Praça do Forte São Luís, localizada em uma área estratégica de Florianópolis, entre importantes eixos de circulação, é um espaço que, originalmente, fazia parte do mar e permaneceu ocioso por anos antes de sua transformação. Sua revitalização contempla um caminho escultural que conduz o visitante a um espelho d’água. Com uma forma circular que espirala suavemente em direção ao centro, o projeto remete à ilha cercada por água. Ao entardecer, a luz suave do pôr do sol se reflete na superfície da água, enquanto uma iluminação sutil, com fibra óptica, brota entre as pedras de basalto que cobrem o chão, criando um ambiente mágico que evoca o céu estrelado, que ali já foi refletido. Essa iluminação ilumina o coração da praça e o caminho que leva até ele, proporcionando uma atmosfera única. Para complementar a intensidade de luz adequada para o ambiente, postes de iluminação pública foram estrategicamente posicionados ao redor da praça, garantindo sensação de segurança e conforto visual. Na esquina da praça, totens informativos iluminados a partir de perfis de iluminação linear instalados em seu topo permitem que os visitantes descubram mais sobre o histórico do local, conectando-os ao rico passado da cidade e proporcionando uma experiência enriquecedora.

Categoria – Comercial
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1º Lugar

Carlos Fortes
Escritório: Estúdio Carlos Fortes
Projeto: NK Store – Shopping Iguatemi SP
Escritório de Arquitetura: Estudio Tupi
Fotografia: Leonardo Finotti
Descrição: A NK ocupa um espaço que, paradoxalmente, não configura uma loja convencional, e sim o acesso a um restaurante e a escadas rolantes que conectam, além de uma área de atendimento especial, áreas destinadas a eventos como desfiles, gravação de podcasts etc. A tridimensionalidade desse “não espaço” foi explorada pelos arquitetos com a otimização das superfícies verticais – paredes nas quais foram inseridos expositores e provadores. Demais funcionalidades – como caixas, sanitários e estoque – ocupam áreas secundárias anexas a esse mall. A existência de escadas rolantes no meio da loja, ao invés de disfarçada, foi enfatizada com a criação de planos luminosos inclinados, que iluminam de forma difusa o espaço e servem de contraluz a manequins. As pequenas vitrines – voltadas para o mall do shopping – foram iluminadas com luz difusa (telas tensionadas retro iluminadas). Toda a iluminação (LED 2700K, IRC ≥90) é controlada por um sistema de automação DALI, que permite a modulação entre luz difusa e direta (concebida como em um teatro, com um grid de trilhos e projetores), de forma que os produtos ganhem destaque mesmo à contraluz. Os diversos provadores – 6 no total, cada um com seu interior diferente dos outros – são um ponto de destaque dos projetos de arquitetura e iluminação – e sua localização discreta entre expositores configura uma espécie de grand finale da visita à casa de moda.

2º Lugar

Jaqueline Silva
Escritório: Pitá Arquitetura
Projeto: We Coffe Tamboré
Escritório de Arquitetura: Pitá Arquitetura
Fotografia: André Scarpa
Descrição: A 10ª unidade da We Coffee foi inspirada na Golden Hour, aquele instante mágico em que o sol se despede, tingindo o céu de tons dourados. O espaço foi idealizado para despertar bem-estar e sofisticação. Tons terrosos predominam no ambiente, criando aconchego. As paredes de tijolinhos cerâmicos em tom terracota harmonizam-se com curvas sutis, conferindo fluidez ao projeto. Essa paleta resgata a conexão com a natureza e evoca tranquilidade. A iluminação é essencial na atmosfera do We Coffee. Pendentes dourados no forro dialogam com um sistema luminotécnico que rebatem a luz, criando um jogo envolvente de luz e sombra, valorizando volumes e profundidade. A iluminação quente reforça a sofisticação e permite que cada detalhe seja percebido com suavidade. O pé-direito alto, iluminado por sanca indireta, amplia a percepção espacial . O forro linearmente organizado abriga as infraestruturas e iluminação pontual com controle ótico, reforçando o minimalismo. A identidade branca já característica da We Coffee se traduz na cápsula ao fundo da loja, onde ficam os balcões de preparo e retirada. Detalhes de iluminação foram estrategicamente posicionados para valorizar os pontos de interesse do cliente: perfis lineares com difusores assimétricos destacam os nichos de exposição, enquanto molduras iluminadas realçam os contornos curvos dos balcões.

3º Lugar

Débora Esposto
Escritório: Estudio Carlos Fortes
Projeto: Loja Sunika – Shopping Iguatemi SP
Escritório de Arquitetura: Estudio Tupi
Fotografia: Fran Parente
Descrição: A loja de sneakers traz para o universo do consumo de luxo elementos da cultura pop japonesa. Além dos calçados e roupas à venda, a exposição de brinquedos colecionáveis Be@rbrick reforça o caráter pop e de design da marca. A arquitetura em madeira, aço inox e pedras (ardósia e mármore) corrobora esse conceito. O uso de espelhos que refletem as múltiplas prateleiras, além de ampliar visualmente o espaço, remete à arte contemporânea, numa velada alusão aos caleidoscópios criados por artistas como Olafur Eliasson e Yayoi Kusama. A iluminação reforça a linearidade das prateleiras em aço e madeira. O ponto focal do projeto – uma sala circular semiaberta com paredes-prateleiras que flutuam – foi enfatizado com um elemento redondo em tela tensionada retro iluminada, como um sol no meio do espaço de pé-direito baixo e nenhuma iluminação natural. A sala se esconde atrás de uma parede curva voltada para a entrada da loja. O forro em madeira recebe poucas luminárias embutidas – downlights de dimensões reduzidas e baixíssimo ofuscamento, com acabamento preto fosco, que passam despercebidos no teto. A sanca linear iluminada no fundo, em uma parede de espelhos com um sofá e um móvel baixo expositor de meias, com uma face inclinada revestida em espelho para visualização dos pés, traz profundidade ao espaço, e ambas as superfícies espelhadas contribuem para o efeito de múltiplas reflexões.

Categoria – Corporativo e Institucional
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1º Lugar

Débora Esposto
Escritório: Estudio Carlos Fortes
Projeto: Espaço Institucional Docol e Mekal
Escritório de Arquitetura: Bloco Arquitetos
Fotografia: Manuel Sá
Descrição: O espaço institucional da Docol na Expo Revestir 2024 foi concebido em estrutura de MLC (madeira laminada e colada), com o propósito do reaproveitamento da estrutura, em alusão ao compromisso com a sustentabilidade no que tange a processos industriais e, principalmente, ao manejo da principal matéria prima da empresa, a água. Criando um efeito de água em movimento, a área de exposição foi circundada por cortinas em correntes metálicas transpassáveis, cuja iluminação rasante entre duas camadas dava a impressão de cortinas de água. O tom metálico das correntes e a iluminação em 3000K contrastava com a iluminação quente dos interiores, com acabamentos em madeira, cerâmica e iluminação 2700K. O teto foi parcialmente fechado com colmeias de madeira sobrepostas com telas tensionadas, cuja iluminação acentuava a modulação da estrutura, subdividindo cada vão em quatro módulos menores. Na estrutura principal, trilhos eletrificados com projetores orientáveis focavam nos produtos expostos, ora reforçando o brilho dos metais, ora iluminando homogeneamente paredes e demais superfícies. Toda a iluminação foi reciclada, desde as lonas tensionadas, perfis e fitas de LED, assim como as caixas de alumínio sobrepostas ao forro. A reutilização dos equipamentos era uma premissa de projeto – assim como todo o conceito de sustentabilidade impresso no sistema construtivo e na filosofia da empresa.

2º Lugar

Joel Fregosi
Escritório: Estudio Hofstadter-Fregosi & Asociados
Projeto: Oficinas Urufarma
Escritório de Arquitetura: Carlos Ott Arquitectos
Fotografia: Santiago Chaer
Descrição: Estratégico na entrada de Montevidéu, o edifício corporativo da Urufarma, projetado por Carlos Ott Architects, redefine o horizonte urbano com uma arquitetura visionária. Mais que um marco, funde estética, funcionalidade e sustentabilidade, pousando na paisagem como escultura.O design é composto por dois volumes triangulares conectados por uma espinha dorsal de concreto, que serve de cobertura e circulação. Internamente, explorou-se a eterealidade do vidro, transformando os “aquários” dos escritórios em elementos de luz que banham as circulações.Um jogo sutil de luz e sombra traça um percurso evocador ao longo do eixo vertebral, sem necessidade de luminárias no teto. A luz torna-se guia, flutuando livre e etérea, esculpindo o espaço com sua presença intangível. A iluminação externa realça a tridimensionalidade com luzes embutidas no solo, criando um gradiente sutil na fachada e reforçando seu caráter escultural. Teve-se cuidado para não afetar o céu noturno,dada a proximidade do aeroporto. O projeto luminotécnico reduz propositalmente a iluminação do entorno, inspirado na sinalização das pistas de pouso. Sinais no solo guiam visitantes, marcando a transição entre paisagem e arquitetura. A fachada, iluminada a 4000°K, realça a pureza do GRC, contrastando com os 3000°K da vegetação. A luz rasante esculpe sombras dinâmicas, transformando o edifício em escultura luminosa e ícone urbano.

3º Lugar

Jaqueline Silva
Escritório: Pitá Arquitetura
Projeto: Escritório CRM Services
Escritório de Arquitetura: Pitá Arquitetura
Fotografia: Teco Paisagismo
Descrição: O novo escritório da CRM Services reflete a alma tecnológica do cliente com um projeto minimalista e luminoso. A arquitetura propôs espaços integrativos, impactantes e sofisticados, cuidadosamente planejados para uma experiência única. A iluminação valoriza os conceitos arquitetônicos e integra os ambientes de forma harmoniosa. A laje nervurada foi destacada em diversos espaços, criando efeitos visuais variados. Na recepção, as vigas revestidas em aço inox e acrílico retroiluminado criam uma atmosfera acolhedora. No Open Space, perfis lineares de LED com difusores “U” iluminam uniformemente as mesas de trabalho e a laje. As cubetas foram iluminadas indiretamente: na copa, por um pendente linear difuso; na área de inovação, por sancas circulares iluminadas. O aço inox também reveste o nicho de café, com fundo em tela tensionada iluminada. Na copa, ele aparece no balcão, com rodapé iluminado e arandelas circulares. Nos lavabos, placas de Terrazzo feitas com resíduos eletrônicos foram escolhidas como revestimento. Apesar dos tons escuros, a iluminação garante um ambiente acolhedor. Na sala do board, um pendente orgânico complementa as paredes curvas e o forro de aço inox. O jardim de inverno sob a claraboia artificial conecta-se à recepção por um nicho na parede divisória. Este projeto destaca como a harmonia entre espaços, materiais e efeitos pode transformar ambientes com

Categoria – Hospitalidade
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1º Lugar

Carlos Fortes
Escritório: Estúdio Carlos Fortes
Projeto: Espaço Terreiro – Casa Cor São Paulo 2024
Escritório de Arquitetura: Alexandre Salles
Fotografia: Andrés Otero
Descrição: A Casa Cor 2024 teve como tema “De presente, o agora”. Com um olhar para o passado, o presente e o legado que deixaremos para o futuro, o Espaço Terreiro remete à ancestralidade africana, na instalação inspirada no terreiro de candomblé Casa Branca do Engenho Velho, em Salvador, cujas origens remontam ao século XIX. O espaço de convivência projetado para receber o público em encontros diversos, reproduz o barracão do terreiro, com cordoalhas e bandeiras de pano, intercaladas com catenárias populares (conhecidas como gambiarras), com LEDs de 1W / 2700K, que trazem a memória de quintais. Como representação do Orum (céu, na língua Iorubá), um disco de luz feito com tela tensionada retro iluminada com LEDs Tunable White inunda o espaço com iluminação difusa, balanceando a abundante luz natural. A luz natural, filtrada por cortinas, bambus e vasos com ervas, traz a referência do mundo exterior para o interior. À noite, as cortinas e ervas são iluminadas por um perfil linear de LED com lentes de 30º, mantendo o efeito de luz e sombra por trás dos bambus e da estante que abriga esculturas e símbolos do candomblé. Estantes e paredes que recebem obras de arte e um revestimento tridimensional, cujo padrão foi gerado por AI, são iluminadas frontalmente por projetores com lentes e louvers que permitem desde a iluminação homogênea (wall washers) à luz de destaque em escultura e objetos.

 

2º Lugar

Márcia Chamixaes
Escritório: Aviar Conceitos Criativos
Projeto: Novotel Recife Marina
Escritório de Arquitetura: Jeronimo Cunha Lima e Cíntia Lira
Fotografia: Alexandre Albuquerque e Társio Alves
Descrição: Já no início da construção,nossa empresa foi convidada por JCL Arquitetos para equipe do Novotel Recife Marina, situado no bairro de São José, área privilegiada pela geografia da bacia do Pina e inserida no centro histórico do Recife. Aceitamos o desafio com a responsabilidade de integrar a edificação à paisagem urbana e atender as premissas ambientais. Com arquitetura contemporânea em concreto, o edifício em si já nos conduziu a gênesis do design da luz. O diálogo próximo com o arquiteto foi fundamental para conduzir as diretrizes considerando a valorização da hierarquia dos planos , realçando cheios e vazios. Quanto aos parâmetro estéticos consideramos valorizar a estrutura com a finalidade de revelar o equipamento com sutileza integrando à paisagem . Sob o aspecto do bem-estar consideramos fontes LED de cor quente para preservar a identidade do bairro, a saúde dos usuários e o ecossistema do entorno além do controle do ofuscamento para promover conforto visual aos usuários. Já quanto à operacionalização planejamos a implantação de um sistema de iluminação eficiente energeticamente, com alta vida útil e controlável. Internamente o conceito de Michaelis Arquitetura recomendava uma iluminação suave e de temperatura de cor quente para criar uma ambiência acolhedora tanto para áreas comuns como para os quartos além de elementos decorativos autorais; seguimos a diretriz.

3º Lugar

Juliana Pongitor
Escritório: Lux Projetos
Projeto: Atualização da Iluminação e Interiores Dalva e Dito
Escritório de Arquitetura: Adriana Benguela
Fotografia: Douglas Garcia
Descrição: Projeto para atualização de interiores e iluminação do restaurante Dalva e Dito. O projeto foi pensado para trazer um carater mais intimista para o espaço, que tinha como principal queixa o pé direito muito alto sem qualquer aproveitamento estético e a falta de uma atmosfera mais aconchegante para o usuário. Trabalhamos com a transparência do tecido para que o espaço fosse visualizado como um todo e a luz filtrada transformasse o restaurante trazendo mais contemporaneidade e leveza.

Categoria – Patrimônio Histórico e Cultural
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1º Lugar

Ximena Muñoz
Escritório: Luxia Lighting
Projeto: Parroquia de la Veracruz
Escritório de Arquitetura: Luxia
Fotografia: Osvaldo de Castro
Descrição: O projeto surge quatro anos após o incêndio intencional que atingiu a Paróquia Veracruz, localizada no centro histórico de Santiago, durante as manifestações sociais de 2019. O incêndio afetou a nave central, que foi completamente queimada. No entanto, a estrutura permaneceu intacta, o que permitiu a decisão de reabilitá-la sem realizar uma restauração.

Para isso, foi instalado um vidro temperado na altura dos visitantes e na porta de acesso, permitindo a visibilidade desde a rua Lastarria, muito frequentada por turistas. Foi proposto um projeto de iluminação que destacasse e dramatizasse o revestimento queimado, além de possibilitar a realização de diferentes tipos de atividades, desde missas até concertos e exposições.

A proposta considerou dois tipos de iluminação: uma mais técnica, voltada para a realização das missas, iluminando o altar a partir de trilhos eletrificados instalados verticalmente nas vigas de madeira, a 10 metros de altura. Desses trilhos, foram utilizados projetores com lentes de 15 graus direcionadas ao altar e ao ambão. Também foi instalado um projetor voltado para a figura de Cristo.

A segunda tipologia é uma iluminação ambiental e arquitetônica, com proposta de cor para a abóbada principal e branco regulável para a semicúpula atrás do altar. Além disso, foi integrada uma iluminação linear rasante no rodapé da igreja, ressaltando a textura das paredes.

2º Lugar

Antonio Carlos Mingrone
Escritório: Mingrone Iluminação
Projeto: Santuário de Nossa Senhora da Conceição Aparecida
Escritório de Arquitetura: Benedito Calixto de Jesus Neto
Fotografia: Pedro Mascaro e Thiago Leon
Descrição: O Santuário de Nossa Senhora da Conceição Aparecida está localizado entre as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, no Brasil. Com uma área de 1.352.765m2, sendo 142.865m2 construídos, é o maior Santuário no mundo dedicado à Maria. Sua construção teve início efetivo em 11.11.1955, e foi idealizada por diversos arquitetos, entre eles, o renomado Benedito Calixto de Jesus Netto. Há quase três décadas, a Mingrone Iluminação vem realizando um trabalho contínuo de revitalização luminotécnica em toda a área interna e externa do Santuário, incluindo as fachadas norte e sul, recentemente concluídas. Com 50 metros de altura, essas estruturas são realçadas por postes de 25 metros, equipados com projetores LED de alta reprodução de cor e variadas aberturas de facho, valorizando os mosaicos de pedra assinados pelo padre esloveno Marko Ivan Rupnik, que retratam cenas bíblicas. Na fachada sul, é possível criar cenários adaptáveis para diferentes ocasiões festivas, destacando os painéis artísticos, as colunatas com estátuas dos apóstolos e as duas capelas situadas nas suas extremidades. Essa composição luminosa não só enriquece a arquitetura, mas também cria uma atmosfera de contemplação e fé para os 12 milhões de peregrinos que visitam o Santuário anualmente.

3º Lugar

Fernanda Carvalho
Escritório: Fernanda Carvalho Lighting
Projeto: Renovação do Museu do Futebol
Direção Artística e Museografia: Daniela Thomas e Felipe Tassara
Fotografia: Feco Hamburger
Descrição: A necessidade de atualizar conteúdos e experiências, motivou a renovação da exposição de longa duração do Museu do Futebol, situado sob as arquibancadas do estádio do Pacaembu. O projeto de iluminação, apoiado no conceito de criar um ambiente acolhedor, lúdico e dinâmico, buscou um balanço preciso entre suportes tecnológicos e convencionais. Projeções, telas, totens, backlights, vitrines e luz natural se mesclam num equilíbrio luminoso instigante. Se a arquitetura propõe um percurso linear, o projeto luminotécnico pulsa em diferentes atmosferas luminosas ao longo da variedade de soluções expositivas. Da entrada do museu, onde projetores destacam uma infinidade de quadros coloridos, até a saída, onde as lâmpadas abandonam o teto para fazer parte da própria expografia como elemento cênico – linhas de LED RGB desenham as estruturas metálicas com programação de cena em fusões cromáticas – o visitante encontrará um espaço em que a luz não só ilumina os conteúdos mas também se torna, ela mesma, elemento constitutivo da própria experiência. Ao longo das 15 salas temáticas, a luz também aponta a navegação, indica caminhos, sinaliza recursos de acessibilidade, e nos lembra “onde nós estamos” ao fazer iluminar as estruturas de concreto das arquibancadas. Vale notar que a renovação dos sistemas de iluminação também contribuiu para a eficiência energética do museu.

Categoria – Residencial
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1º Lugar

Felipe Vicuña
Escritório: SV Lighting Design
Projeto: Pabellón YR
Escritório de Arquitetura: Elton Leniz + Cruz Mandiola
Fotografia: Cristóbal Valdes
Descrição: O Pavilhão YR é um projeto único: um casal de colecionadores de arte decidiu expandir seu jardim criando um parque privado com uma “folie” — uma escultura habitável de 45 m² que abriga três espaços: sala de massagem, sala de exercícios e banheiro. O objetivo é que essa escultura integre a coleção existente e ofereça funções práticas.

O parque, com árvores centenárias, exigiu um projeto cuidadoso em termos de orientação e localização. Foram propostos três volumes envidraçados de forma circular, com uma pele interna de tijolos de vidro e externa de tijolos de concreto. Esses volumes se estendem e se interceptam, resultando em dois grandes ambientes: uma sala de massagem isolada e a sala de exercícios com banheiro.

Quatro tipos de tijolos de concreto compõem a envoltória externa, controlando a radiação solar e garantindo privacidade. O projeto é uma “Obra de Arte Total”, onde todos os elementos foram desenhados e fabricados especialmente — como os tijolos, lavatórios, portas e bancos.

Durante o dia, a construção parece monolítica e rígida; à noite, a luz interior se projeta para fora, iluminando o jardim. A iluminação conta com 220 downlights (FLOS – Light Shadow / 7W – 470lm / 2700K / 10°) e um sistema de controle DALI (Lutron), permitindo criar cenas adaptadas às atividades, com alto controle visual.

O projeto é uma fusão entre design, luz, arquitetura e arte, criando um espaço único.

2º Lugar

Débora Esposto
Escritório: Estudio Carlos Fortes
Projeto: Casa Gak – Fazenda Boa Vista
Escritório de Arquitetura: Bernardes Arquitetura
Fotografia: Fernando Guerra
Descrição: A iluminação se desenvolve a partir do conceito da arquitetura: lajes de concreto aparente, configurando grandes marquises com bordas sinuosas e aberturas que conectam os dois níveis principais da residência, com jardins que trespassam essas aberturas e envolvem a casa. Os volumes fechados, que abrigam as diferentes salas, quartos e outros ambientes funcionais, são soltos da laje, o que possibilitou a incisão de linhas de iluminação indireta que reforçam o partido da arquitetura, iluminando as lajes e enfatizando a setorização das áreas internas e externas, quase como “público-privado”. A iluminação indireta atende aos dois lados, por assim dizer: marquise e volumes fechados. No entanto, os volumes que abrigam os ambientes sociais – living, sala de jogos, sala de brinquedos, home theater etc. – podem se abrir com o recolhimento de portas de correr, conectando as áreas internas e externas numa grande área de convivência sem limites claramente definidos. Os brises verticais de madeira, que fazem às vezes de divisórias e criam privacidade, separando as áreas sociais das áreas intimas, são iluminados a partir do piso, enfatizando as materialidades da madeira e do concreto. As circulações têm balizadores embutidos nas paredes. Todos os sistemas são dimerizáveis, com LEDs 2700K, IRC≥90, integrados em um sistema central de automação.

3º Lugar

Marina Makowiecky
Escritório: Allume Arquitetura de Iluminação
Projeto: Casa Ponte
Escritório de Arquitetura: Tetro Arquitetos
Fotografia: Joana França
Descrição: A iluminação da Bridge House foi projetada para realçar sua arquitetura e integração com a paisagem. Sua estrutura metálica remete à icônica ponte de Florianópolis, enquanto as paredes de pedra dialogam com o entorno rochoso. O projeto valoriza esses elementos com iluminação indireta, minimizando interferências visuais e criando a sensação de que a casa flutua acima do solo. A temperatura de cor quente foi escolhida para proporcionar conforto e acolhimento. Luminárias embutidas nas lajes de concreto garantem um efeito discreto e integrado. Na circulação entre o volume suspenso e o subsolo, foi utilizada iluminação linear embutida em um rodapé invertido para destacar a escada, criando um efeito de leveza. A piscina, projetada em balanço, recebeu iluminação subaquática para enfatizar sua presença e refletir o brilho da água no entorno. A estratégia focou na escolha de luminárias LED de fácil manutenção e longa vida útil (LM80/LM70), garantindo desempenho duradouro. Para reduzir poluição luminosa e ofuscamento, foram utilizados sistemas ópticos avançados e acessórios de controle. Além disso, priorizamos luminárias fabricadas no Brasil, promovendo a economia local e reduzindo a pegada de carbono, garantindo um projeto eficiente, sustentável e alinhado ao conceito arquitetônico.